sexta-feira, dezembro 17, 2010

CHÃO DE EXTREMOS

I

Você tem o rosto da floresta.
E quando nele uma lágrima rola,
tomba uma castanheira na mata.
Deixando nua a selva.
Tamanha nudez causa-me revolta,
e o meu espírito angustiado,
chora por suas árvores mortas.
Dói quando aflora em mim a vontade,
de sentir nas suas veias,
o pulsar dos lagos e igarapés.
No adocicado dos seus seios,
o cheiro da relva nos campos.
Ver o seu corpo serpentear,
tal qual o leito dos rios amazônicos.

II

Você tem o olhar dos indígenas.
E quando neles outra lágrima aponta,
arde o jacarandá na clareira.
Deixando seu manto verde em cinzas.
E ali não se ouve mais,
o seu colo em festa...
Somente o som das motosserras.
Em ti, Iara que me encanta,
repousa minha esperança,
de ter na próxima lua cheia,
o grito forte dos ribeirinhos!
Forjando a liberdade dos seus versos.
Para que eles, tal como os pássaros,
ganhem dos céus a imensidão.

III

Você tem do Maranhão a cor,
e da Amazônia o sabor.
Ingá, cupuaçu, açaí e tantas outras,
delicias que exalam de você,
perfumes que induzem ao prazer.
Nos meus delírios urbanos...
Construo através da poesia,
o tempo no qual meus passos,
encontra-se com os seus,
Nos remansos, nas cachoeiras e nos lençóis.
Que cobre de energia esse chão.
Onde você pisa, todos os seus dias.
Nesse momento, para você passar...
Eu! Nele estendo o meu coração.

2 comentários:

OVERMUNDO disse...

COMENTÁRIO SOBRE "CHÃO DE EXTREMOS", recebido através do site:

www.overmundo.com.br

Nossa!!! Ha mto nao lia algo tao profundo e belo assim1 seu lamento se junta ao meu. adorei poeta, mto. bjssssss
Cláudia Campello · Várzea Grande, MT 19/12/2010 03:22

SolBerger disse...

Muito lindo, profundo e de boas verdades! precisa concorrer na semana do meio ambiente!!!

RL 134 PARTE 1